sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Políticos caçados e cassados

Quais, afinal, as verdadeiras razões da cassação, sem clemência, dos direitos políticos de Jânio Quadros e Juscelino Kubitschek? Subversivos ? Nem um nem outro.
Gilberto Dimenstein, em seu livro “Como Não Ser Enganado Nas Eleições”, escreve: “Numa recepção, o presidente Jânio teria beliscado as nádegas de Yolanda Costa e Silva, mulher do futuro presidente Arthur da Costa e Silva. Este se calou diante da autoridade superior. No golpe de 1964, Costa e Silva, Ministro do Exército, incluiu o nome de Jânio   de próprio  punho, pessoalmente, na lista de cassações”. Resumindo: sem senões e talvezes. Cumpra-se! Caçado e cassado. Ou não?
E, por uma coincidência, o autor conta outra história: “Divulgava-se à boca pequena que Juscelino Kubitschek, quando prefeito de Belo Horizonte, flagrado na cama, levou um tiro de um marido exaltado. Foi internado para se operar de “apendicite”, embora a cicatriz fosse no braço”. Caçado apenas pelo marido exaltado,  foi cassado pelo regime militar, mas por outros motivos.
Carlos Castello Branco, jornalista político, explica “Não há dúvida que os militares queriam tirar Juscelino do Brasil”.
Em “A Lanterna Na Popa”, livro autobiográfico, Roberto Campos, ministro do Planejamento de Castelo Branco,  comenta: “Certamente, Juscelino não poderia ser acusado de ‘subversivo’ (...) As acusações de corrupção eram variadas (...) A base documental me pareceu insatisfatória para a gravidade da pena”.
Os dois últimos parágrafos constam do livro JK: O Artista do Impossível, escrito pelo jornalista Claudio Bojunga.
Entrevistei Jânio e Juscelino. Através da literatura política, claro.  A respeito dos seus pecadilhos, responderam-me:
-Leia Oscar Wilde - explicou Jânio - ele diz:  "Pode-se resistir a tudo, menos à tentação ".
-Nunca fui um Anjo Pornográfico – comentou Juscelino (de olho no braço) - mas gosto desta frase de Nelson Rodrigues: 'Se os fatos são contra mim, pior para os fatos”.
-E a Ditadura? – perguntei aos dois. Juscelino sinalizou que Jânio responderia.
-Como veio, passou. – respondeu Jânio.
 (Augusto Aguiar – 21/12/2012)
augusto-52@uol.com.br


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