Gilberto Dimenstein, em seu livro “Como Não Ser
Enganado Nas Eleições”, escreve: “Numa recepção, o presidente Jânio
teria beliscado as nádegas de Yolanda Costa e Silva, mulher do futuro
presidente Arthur da Costa e Silva. Este se calou diante da autoridade
superior. No golpe de 1964, Costa e Silva, Ministro do Exército, incluiu o nome
de Jânio de próprio punho, pessoalmente,
na lista de cassações”. Resumindo: sem senões e talvezes. Cumpra-se! Caçado e
cassado. Ou não?
E, por uma coincidência, o autor
conta outra história: “Divulgava-se à boca pequena que Juscelino Kubitschek,
quando prefeito de Belo Horizonte, flagrado na cama, levou um tiro de um marido
exaltado. Foi internado para se operar de “apendicite”, embora a cicatriz fosse
no braço”. Caçado apenas pelo marido exaltado, foi cassado pelo regime
militar, mas por outros motivos.
Carlos Castello Branco, jornalista
político, explica “Não há dúvida que os militares queriam tirar Juscelino do
Brasil”.
Em “A Lanterna Na Popa”, livro
autobiográfico, Roberto Campos, ministro do Planejamento de Castelo
Branco, comenta: “Certamente, Juscelino não poderia ser acusado de
‘subversivo’ (...) As acusações de corrupção eram variadas (...) A base
documental me pareceu insatisfatória para a gravidade da pena”.
Os dois últimos parágrafos constam do
livro JK: O Artista do Impossível, escrito pelo jornalista Claudio Bojunga.
Entrevistei Jânio e Juscelino. Através da literatura política,
claro. A respeito dos seus pecadilhos, responderam-me:
-Leia Oscar Wilde - explicou Jânio - ele diz: "Pode-se
resistir a tudo, menos à tentação ".
-Nunca fui um Anjo Pornográfico – comentou Juscelino (de olho no braço)
- mas gosto desta frase de Nelson Rodrigues: 'Se os fatos são contra mim, pior
para os fatos”.
-E a Ditadura? – perguntei aos dois. Juscelino sinalizou que Jânio
responderia.
-Como veio, passou. – respondeu Jânio.
-Como veio, passou. – respondeu Jânio.
(Augusto Aguiar – 21/12/2012)
augusto-52@uol.com.br
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