quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Morre Niemeyer (1907-2012)

A sua vida foi ritualizada por todas as circunstâncias de um homem comum: trabalhou em gráfica, estudou, freqüentou a boêmia e teve uma ideologia política.

A Arquitetura despia-o da conceituação de um homem comum. A contragosto, mas despia. Nesse campo, a  mestria de Niemeyer não cabia em uma definição convencional. Estava muito além: uma questão de vocação genuína.

“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.” – escreveu Niemeyer.

Agora, escrevo eu: 
- Ele burlou a Geometria Plana com a sutileza de um cavalheiro. Fez poucas concessões às retas. A sua genialidade mostrou, através da universalidade da sua obra, que a menor distância entre dois pontos não é uma linha reta, mas a mais bonita curva que o olhar percorrer. Einstein lavrou a certidão de nascimento do universo curvo. NIEMEYER EMANCIPOU A CURVA, “ENGAVETOU” OS ÂNGULOS, criou a impressão  do concreto em movimento.

Morreu aos 104 anos de idade: uma lição para os Alquimistas.

Autor Augusto Aguiar

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