sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Carta Eletrônica a um poetamigo

Nos anos 90, a informática entra definitivamente na vida das pessoas.
A relação entre a escrita e informática rompe métodos convencionais, ou seja, a escrita pula do papel para a tela do computador.  A minha vida literária amadora, sobretudo, o gosto de redigir, recebe os benefícios dessa inovação.
Nesse contexto, envio uma carta eletrônica  a um amigo poeta. Ou melhor, a um poetamigo. Descrevo-lhe as minhas impressões . Afinal, acabo de transpor os umbrais do mundo digital. Vejamos:
“Caro poetamigo (ano de 1995)
Interessante o desafio de mergulhar nos recursos do microcomputador. Ele parece um pouco desafiador, mas com o passar dos minutos torna-se dócil, acessível. Enfim, um amigo imprescindível. Aos poucos, abre-se às dificuldades de quem dele se utiliza e exibe uma anatomia farta de recursos. Alimenta-se das minhas emoções, idealiza o que aspiro, esculpe os meus sonhos, materializa os meus pensamentos.. É um recurso maravilhoso, mágico, inigualável.
Provoca uma estranha simbiose: ora pareço estar mergulhado no seu universo, ora parece estar no meu. Parceria estranha: comunico-lhe com a doçura da alma os meus pensamentos; processa-os com a sobriedade da Ciência. Ao final de tudo, exibe, através dos caracteres, o texto   no qual materializa-se a poesia. Nesse momento, a frieza da Ciência recebe o toque cálido da emoção que, creio eu, deve existir nele, pelo menos quando nos tornamos um só.
Um abraço poético e cheio de "prosa".     
(Augusto Aguiar)


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