Ele era natural de Guanambi,
estado da Bahia, mas, de acordo com seus descendentes, fazia questão de dizer
que, quando nasceu, a cidade chamava-se Beija-Fulô. E acrescentava: "A
partir da minha juventude, o lugar passou a chamar-se Guanambi."
Em
1919, a sede do arraial de Beija-Flor recebeu o nome de Guanambi. Nesse mesmo
ano, passou à categoria de município. Vê-se aí que as informações dele
procedem. Nessa época, tinha aproximadamente 14 anos de idade. Portanto,
segundo critérios das Organizações das Nações Unidas (ONU), essa idade já pode
ser enquadrada na fase da juventude.
Anos
depois, a família, ou seja, os pais e doze filhos, mudaram-se para
Pitangueiras, estado de São Paulo. Posteriormente, alguns de seus irmãos
fixaram-se na região: Pontal, Terra Roxa etc.
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Faculdade de Medicina do Rio
de Janeiro
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O
jovem Gerolino José de Souza, com a ajuda de um tio, Antônio Paes - foi estudar
Medicina no Rio de Janeiro. Lá, formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de
Janeiro, inaugurada em 1918 e localizada na Praia Vermelha.
Após
cumprir todos os protocolos para o exercício de sua profissão, começou a
clinicar na cidade de Pitangueiras e região. Nesta cidade, conheceu Maria
José Pitelli, sua futura esposa.
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Dr. Gerolino e esposa, Maria José |
Casaram-se quando ele já residia em Bebedouro. O casal teve três filhos, Caio Afonso, Zelinda e Leni. De início, residiram na Rua Antonio Alves de Toledo esquina com a São João (prédio do Angelin Desenso próximo ao Santander, antigo Banespa).


O senhor
Pedro Liberato, que foi o construtor da Fonte Luminosa “Gazeta de Bebedouro” ,
foi quem construiu a casa do Dr. Gerolino. O imóvel deixa-nos dois legados: um
arquitetônico e outro histórico. Este último pelo motivo de ser a residência do
Dr. Gerolino: profissional competente, educado, dono de uma fineza incomum e
muito querido no meio social. Um médico imprescindível para seus pacientes.
Aposentou-se aos 82 anos. Desde
1934, integrou o corpo clínico da Santa Casa de Bebedouro. Como se vê, vivenciou
duas fases dessa entidade: antes e após a reinauguração, ocorrida em
11/02/1953.
Na
condição de pacientes, durante muitas vezes, minha família e eu estivemos sob
seus cuidados. Aliás, a maioria das famílias bebedourenses passaram pelas mãos
dele. Quando nasci, ele fez o parto. Meu peso: cinco quilos. Certa vez,
lembrei-o desse fato. “Deu trabalho, muito trabalho.”, disse-me com sua voz
serena. Despediu-se sorrindo.
Em
1973, depara-se com uma notícia triste. A Faculdade de Medicina do Rio de
Janeiro, parte integrante de sua vida estudantil, é transferida para a Cidade
Universitária, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. Logo depois, o prédio em
que estudou foi demolido. Ruiu um templo da Medicina Brasileira. Foi um golpe
duro para ele.
Quem
o encontrasse, fosse a hora que fosse, ficava com a impressão de que ele saíra
do banho naquele instante. Sempre elegante, calça e camisa de linho. Outras
vezes, com o jaleco de médico, ora branco, ora azul bebê (com um corte
estiloso), cabelos meticulosamente penteados, pele de uma pessoa muito aquém de
sua idade.
As consultas com o Dr. Gerolino
José de Souza, eram divididas em duas partes: a primeira, após examinar o paciente, pedia os
exames pertinentes. Na segunda parte, as consultas assumiam um caráter auditivo.
Neste caso, dependendo da gravidade do caso, essa sua característica fazia o
papel das terapias de suporte: psicólogo, psiquiatra, entre outros. E isso
ajudava o subjetivo dos seus pacientes. Com ele não tinha esse negócio de consulta
visual. Ele e sua competência no exercício da Medicina sempre tiveram um chão
comum a pisar.
Autor: Augusto Aguiar
Autor: Augusto Aguiar
Dr. Gerolino era irmão do meu pai, portanto meu querido e estimado tio.
ResponderExcluirGostei muito desse texto sobre ele.
José Silvio Maria de Sousa