Sou um Renascentista
escondido num homem do século vinte e um. A Donna Nua, do pintor veneziano
Giovanni Bellini, e eu somos gêmeos gestados no útero renascentista. Orgulho-me
disso. Isto porque, o Renascimento Cultural – esse importante período da
História – que regulou as pupilas da humanidade – revolucionou o conhecimento
nas Artes, Ciências e no Pensamento.
No tocante ao quadro de
Bellini, a cada toque da espátula na tela, toques geniais, por sinal, ele tinha
um brilho especial nos olhos à medida que materializava, através das tintas, a
figura da Donna Nua numa perspectiva sensual e policromática, técnica que
implantou com vigor na escola veneziana.
Vejamos alguns detalhes
pertinentes:
O braço e antebraço
direito, dependendo da posição que o observador olha, formam um ângulo de 90º
(dependendo). Mas o que se vê é uma aparente obtusidade que faz o papel do bojo
de um sutiã.
Uma parte da mama à
mostra fica coberta pelo braço e antebraço, descaracterizando a sua geometria
de lágrima, justamente para prender o olhar e destacar a região areolar na qual
brota o mamilo semiprotuso. Presumo que seja semiprotuso. O tecido que envolve o
corpo acanha-se e expõe mais do que esconde. Nem um detalhe erótico sobrepõe-se ao olhar da
figura feminina . Um olhar terno, visualizando a vivência Renascentista é a
essência do quadro.
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