A matéria abaixo foi redigida para
publicação em jornal, mas não me recordo se isso ocorreu. Resolvi publicá-la
aqui no Blog. O objetivo do jornal era colher impressões sobre um artigo
publicado com o título: “Austeridade e políticos: dá casamento?
Iniciei o texto da seguinte forma: “Antes,
um conselho: matéria sobre política não incrementa vendas, assinaturas e
publicidade. As matérias sobre comportamento, sim. Esta era uma receita de
Tales de Alvarenga, ex-diretor editorial de Veja e Exame, falecido em 2006. A
conceituação é científica. Portanto parabéns pela coragem do editorialista e do
jornal”.
Certa vez estive em Brasília, poucos
parlamentares estavam presentes à sessão na Câmara dos Deputados. Perguntei a
um funcionário:
-O absenteísmo deve-se aos baixos salários dos parlamentares ?
-O absenteísmo deve-se aos baixos salários dos parlamentares ?
-Não, os salários são altos – disse-me
-Qual a reação quando cobrados pelo povo,
pela imprensa ? – indaguei.
-Às vezes, alguns ficam ruborizados – respondeu-me.
Lembrei-me das palavras de Torquato Jardim,
ex-ministro do Supremo Tribunal. Acertou quando disse: “O direito eleitoral é o
único em que o legislador é o destinatário exclusivo da norma”. As minhas considerações não matam o debate
sobre o tema. Mas fica aqui uma advertência: a classe política tem sido
penalizada pela postura dos maus políticos. Esta é uma análise a ser levada em
conta nas conceituações. Não existem apenas ilhas de excelências. Há bons
políticos no contexto geral.
Se a política é fraude institucionalizada por alguns, sirvam-nos, portanto, os bons políticos de exemplo; os maus, de advertência. Ou seja, em alguns casos para além das bodas de ouro. Noutros, noivado rompido.
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